A - Lex - Laranja - Sepultura

"A idéia de transformar “Laranja Mecânica” em um álbum de heavy metal foi do guitarrista Andreas Kisser, que queria passar a ideia de livre escolha e opção de cada um, presente no livro de Burgess. “Li ‘Laranja Mecânica’ na mesma época do ‘Dante’ e o livro nunca saiu da cabeça”, conta Derrick.

O álbum é dividido em quatro partes, sendo as três primeiras (“A-Lex I”, “A-Lex II” e “A-Lex III”) correspondentes ao enredo do filme de Stanley Kubrick e a quarta, “A-Lex IV”, narrando o capítulo final da obra de Burgess, que não entrou na adaptação cinematográfica.

“A-Lex” também marca a estreia do baterista Jean Dolabella no processo de gravação de um disco. Ele assumiu as baquetas do Sepultura após a saída de um dos fundadores do grupo, Iggor Cavalera, que saiu logo após o término das gravações de “Dante XXI” (2006). “Gravar com o Jean foi fácil, foram três anos fazendo shows e esperando para gravar com ele. O Jean toca guitarra, baixo, escreve algumas coisas também”, revela Derrick que ao ser questionado sobre as inevitáveis comparações com Iggor, prefere fazer a política da boa vizinhança. “Os caras possuem estilos diferentes, mas ambos são bem pesados”.

Em “A-Lex”, o grupo aproveitou a afinidade do personagem Alex com a obra de Ludwig van Beethoven para misturar música clássica com heavy metal, em “Ludwig Van”. Acompanhados por músicos clássicos de São Paulo, eles fizeram uma nova interpretação para a “Nona Sinfonia” de Beethoven. “A música clássica tem bastante coisa parecida com o metal. Foi difícil fazer essa mistura, porque o cara [Beethoven] é muito maluco. Chegamos com a ideia pronta e depois fomos acrescentando várias partes nesta sinfonia”, revela Derrick."