30 de nov. de 2010

Lindka Santos

(Até aqui camelos; alguns leões; e as crianças adultalizadas
– perdão, Seu Guimarães, neologismos nunca foi meu forte – foram)

Lindka Santos

Rios? Mares? Nem tanto, talvez aquários mesmo. “Aquários de controle”, desses do tipo que a gente encontra nas salas de clínicas odontológicas, constantemente observados pelos olhos atentos de “superegos disfarçados”, de uma sociedade que desde cedo aprendeu nas celas, digo, salas (agora de aula) a lembrar-se a si e aos demais “tripulantes” que estamos no mesmo barco – a educação remando a favor daqueles que insistem em remar contra a corrente, contra a cultura, contra a lei.

É certo que a constituição faz o ladrão, o louco, o “fora-da-lei”, mas a sociedade tá lá, prematuramente adestrada, pronta pra meter o dedo no vidro desse “aquário”, apontar, punir os que se deixaram levar pelo rio...

Nesse sentido, a sociedade funciona como uma espécie de âncora que freia, prende essa arca/canoa sempre mantendo-a próxima à terra-firme. E toda essa coerção social e externa vai sendo gradativamente interiorizada nos indivíduos, na medida em que seus “supereus” a incluem entre seus mandamentos. E assim mantemos esse tribunal permanente – que é a própria vida em sociedade – legislado por “supereus doentes”.

“Como se” nadar contra a corrente não fosse também uma maneira de estar neste rio/aquário. Mas aí está “a tarefa capital da cultura,sua verdadeira razão de ser é nos defender contra a natureza”. Porque senão, já diria Freud, “que bela cadeia de satisfações seria a vida”.

Ah, “uma metáfora consola de tantas coisas!”

Às vezes alguém morde a isca, pesca a idéia. Às vezes não. E aí lá se vai minha nota por água

abai
xo
rio adentro,

eterno rio.

Note: Tudo que posso dizer é que minha colega Lid estava muito inspirada e eu sorvi este copo cheiro de literatura quente de uma só vez , a fluídez de não sei onde ela foi buscar, penso que no mesmo rio que nosso saudoso Guimarães. Renée Lee

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poEsia

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rio de janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
stado de Hansel!! Não existem palavras e nem coesas seriam se as houvesse. Bem .. é com total encantamento que me rendo.

ponto final - ORION

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rua paralela à minha

Shiamesa ao sol

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